MINICURSO

Samanta Abreu

Em busca das filósofas na filosofia: 
um panorama sobre a invisibilidade de mulheres

O cenário das artes e das ciências do pensamento sempre foi composto por mulheres das mais diversas origens e formas de encarar a existência. No entanto, muitas tiveram sua criatividade e seus trabalhos intelectuais invisibilizados por um modelo canônico ocidental que valorizava uma suposta razão masculina em detrimento de uma questionável fragilidade feminina que a colocava como racionalmente incapaz. Por conta dessa dualidade, colocada por séculos como parte das naturezas biológicas dos sexos, às mulheres foram relegadas as tarefas familiares e domésticas, o que acabou contribuindo para que fossem impedidas de se dedicarem e se desenvolverem como estudiosas e pensadoras. Tais obstáculos se davam por condições materiais como falta de investimentos e aparatos que dessem recursos aos seus estudos, mas, também, por falta de suporte social e cultural que fundamentasse a dedicação e o desenvolvimento de seus trabalhos intelectuais e artísticos: a verdadeira falta de “um teto todo seu”, como bem coloca a romancista Virgínia Woolf no começo do século XIX. Por outro lado, recentes estudos e pesquisas têm descoberto cada vez mais mulheres que, ainda que sob inúmeros riscos, enfrentaram a ordem vigente e desenvolveram seus trabalhos como filósofas, como escritoras. Desta forma, este minicurso pretende fazer um breve panorama de dez mulheres que ousaram se apresentar como pensadoras em diversas épocas, influenciando trabalhos escritos por homens e fundamentando discussões que atravessam séculos. Sabemos que não podemos mais alterar a realidade do apagamento pela qual tantas delas, desde a Antiguidade, foram submetidas; entretanto podemos sempre nos perguntar: onde estão as filósofas de nossa história? Por que não as conhecemos e não as lemos?

1.       Cristina de Pisano (1363 – 1430)
2.       Mary Astell (1666 – 1731)
3.       Mary Wollstonecraft (1759-1797)
4.       Harriet Taylor (1807 – 1858)
5.       Edith Stein (1891 – 1942)
6.       Simone Beauvoir  (1908-1986)
7.       Susan Sontag (1933-2004)
8.       Lélia Gonzalez (1935 – 1994)
9.       Heloísa Buarque de Hollanda (1939)
10.     Maria Luiza Femenías (1950)


Samantha Abreu é escritora, professora, mestre em Estudos Literários pela Universidade Estadual de Londrina e pesquisa literatura de autoria feminina. Organiza eventos e projetos literários, já foi publicada em revistas e sites especializados e teve textos adaptados para o teatro. Faz parte do Coletivo Versa, grupo que pesquisa e divulga a produção literária de mulheres, especialmente em Londrina. Lançou ‘Fantasias para quando vier a chuva’ (2011, Orpheu); ‘Mulheres sob Descontrole’ (2015, Atrito Arte); e ‘A pequena mão da criança morta’ (2018, Penalux). Também integra as antologias ‘O Fio de Ariadne’ (2014, Atrito Arte); ‘29 de Abril: o verso da violência’ (2015, Patuá); ‘Um Dedo de Prosa’ (2016, Atrito Arte) e ‘Sob a pele da língua’ (2019, Cintra).

Abaixo, para leitura prévia, seguem os textos que serão trabalhados no minicurso: 


PACHECO, Juliana(org). Mulher e Filosofia - DOWNLOAD

BEAUVOIR, Simone. A mulher independente - DOWNLOAD
RODRIGUES, Carla. A filosofia (brasileira) não é feita somente de homens - DOWNLOAD
DEAN, Michelle. Afiadas - DOWNLOAD