CONFERENCISTAS



CONFERÊNCIA I

Professora Dra. Patrícia Ketzer
(UPF/RS)


MULHERES NA EPISTEMOLOGIA 

Contribuições Feministas

A Epistemologia Feminista caracteriza-se por considerar como questões de gênero influenciam nossas concepções de conhecimento, nossas pesquisas e produções científicas. Esta conferência analisa o estado da arte das publicações em Epistemologia Feminista. Minha pesquisa justifica-se na medida em que a Epistemologia Feminista tem levantado problemáticas relativas a preconceitos de gênero no interior da pesquisa e da produção científica nas mais diversas áreas do conhecimento. A temática tem sido abordada desde os anos 80, modificando as metodologias científicas e abordagens conceituais a partir das quais se produz o conhecimento científico. Deste modo, faz-se necessário avaliar como essas modificações têm sido abordadas nas produções acadêmicas internacionais. Minha exposição será dividida em duas partes: na primeira, apresento o desenvolvimento histórico da Epistemologia Feminista e, na segunda, trato das principais abordagens teóricas desenvolvidas por epistemólogas feministas.


Patrícia Ketzer é graduada (2008) e mestre (2010) em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria e doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2015). Atualmente é professora adjunta I da Universidade de Passo Fundo, onde coordena a especialização em Ciências Sociais e o Projeto de Extensão em Economia Solidária e Equidade de Gênero.  Atua na área de Filosofia, com ênfase em Epistemologia, principalmente nos seguintes temas: injustiças epistêmicas, epistemologia feminista, questões de gênero.



CONFERÊNCIA II


Professora Juliana Pacheco
(PUC/RS)

A FILOSOFIA TEM GÊNERO? 

Apesar da filosofia sempre ter sido apresentada como um pensamento neutro e universal, sabe-se que, ao longo da história, nos discursos de vários filósofos, as mulheres eram consideradas seres inferiores e incapazes de exercer qualquer atividade ligada ao intelecto e ao bem público. A fala desses filósofos sobre o sexo feminino afeta diretamente o que aconteceu com as mulheres dentro e fora do campo filosófico. Mas será que as mulheres tiveram e têm participação na filosofia? Será que as mulheres possuem uma capacidade intelectual distinta da dos homens? Estas e tantas outras questões se fazem presentes para que se possa pensar e refletir sobre como se estabelecem as relações de gênero na filosofia. O debate sobre o tema ‘gênero’ hoje vem sendo pensado e estudado em suas diversas linhas de investigação, e com isso tem gerado uma verdadeira reviravolta crítica. Desta maneira, é fundamental seguir abrindo espaço para pensar mais sobre essa temática que sempre foi excluída e desvalorizada, em nome de um sujeito absoluto, masculino e totalizante. Abordar a questão do gênero na filosofia é algo totalmente desafiador e revolucionário, assim como emergente e necessário. Então a pergunta que fica é: atualmente o que a filosofia tem feito em relação à perspectiva de gênero?


Juliana Pacheco é licenciada em filosofia (pela PUC), realiza pesquisas sobre as mulheres na história da filosofia desde 2009, buscando resgatar a presença e importância delas no campo filosófico. Em 2015 organizou o primeiro evento da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul (RS) sobre as mulheres na filosofia, que resultou no livro: Mulher e Filosofia: as relações de gênero no campo filosófico. Em 2016 organizou o segundo livro, intitulado Filósofas: a presença das mulheres na filosofia' Atualmente trabalha na organização de um terceiro livro, Filósofas Latino-Americanas, e atua na área da filosofia com crianças.



CONFERÊNCIA III

Professora Dra. María Dolores Aybar Ramírez 
(FCLAr / UNESP)
HISTÓRIA DO PENSAMENTO FEMINISTA ENTRE A ILUSTRAÇÃO E A PÓS-MODERNIDADE

Filho não desejado da Ilustração (Amelia Valcárcel), o pensamento feminista nasce e evolui como uma filosofia política na contramão da Filosofia canônica. Do protofeminismo aos contemporâneos estudos de gênero, o feminismo destrincha o pensamento hegemônico, aponta as brechas e os deslizamentos teóricos – que na prática constroem espaços de exclusão da mulher nas Ciências – e nas frestas desse diálogo, ele se instala como um indigesto discurso da suspeita. O embate do feminismo, porém, não se processa apenas no mundo das ideias, mas das sociedades, porque o feminismo é uma teoria plural que, ao menos até os anos 80 do passado século, caminhou par e passo com a prática, o militantismo e os movimentos sociais e políticos protagonizados por mulheres. Esta conferência aborda a construção do feminismo numa perspectiva dialógica e pluridisciplinar; aponta algumas importantes manifestações protofeministas, o berço ilustrado do feminismo, sua evolução ao longo dos séculos XIX e XX e o processo desconstrucionista das principais vertentes contemporâneas dos estudos de gênero. Os discursos oriundos da Filosofia, das Letras, da História e da Sociologia servirão de apoio teórico para construir o pensamento feminista a meio caminho entre a ideia abstrata e a práxis social.


María Dolores Aybar Ramírez (Lola Aybar) nasceu na Espanha e reside no Brasil, seu quarto país, desde 1992. Graduou-se em Filologia Francesa pela Universidad Complutense de Madrid, em 1986; defendeu Mestrado em Letras Modernas – Espanhol, pela Université Sorbonne Nouvelle (Paris 3), em 1992, e Doutorado em Estudos Literários na Universidade Estadual (UNESP- FCLAr), em 2003. Em 2015, finalizou seu Pós-Doutorado intitulado “História e Mulher – Juana I entre a França e a Espanha e entre a História e a Ficção” na Universidade do Estado de São Paulo (USP). Atualmente é Professora de Literatura Espanhola na UNESP e, desde 2006, está credenciada na Pós-graduação em Estudos Literários dessa mesma universidade. Desde 2018 é, igualmente, Professora Convidada no Programa de Pós-Graduação de Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana da USP, São Paulo. Em ambos os programas oferece disciplinas e realiza pesquisas sobre Literatura e Feminismo. Desenvolve igualmente atividades artísticas nos campos das artes plásticas, do fotojornalismo e da escrita ficcional. Publicou dois livros de contos À contraluz e Fuga em Azul – Ré Menor, 2007.